domingo, janeiro 13, 2008

O PS TEM DE CONTINUAR A MERECER A CONFIANÇA DOS CIDADÃOS

O ano de 2008 vai ser um ano decisivo para Portugal na medida em que, após as severas políticas de controlo do défice público, se vai verificar a capacidade do governo de ser catalizador de um novo ciclo de desenvolvimento
As famílias e os cidadãos sentem-se esmagados pelos sacrifícios que têm sido forçados a fazer, confrontados com as dificuldades que têm experimentado no seu quotidiano, com o aumento do sobre endividamento e o desemprego e aspiram a ver verdadeiramente a luz ao fundo do túnel.
Não pretendo desvalorizar o enorme esforço que representa o controle das contas públicas, nem subestimo o esforço que tem sido realizado em diversas áreas para assegurar condições para um desenvolvimento sustentável e o futuro de um conjunto muito significativo de prestações sociais. É sempre com gosto que tenho apoiado diversas medidas e que saudei recentemente o sucesso da Presidência Portuguesa da União Europeia.
Penso que não pode haver ilusões sobre as propostas de destruição do Estado avançadas pela direita parlamentar. A serem concretizadas, conduziriam a mais sacrifícios, menor coesão social e ainda maiores desigualdades sociais, comprometendo inclusive o exercício das funções de soberania por parte do Estado Português.
A realidade actual exige que o PS e o Governo respeitem os esforços e os sacrifícios que têm sido pedidos aos portugueses, que evitem o autismo e tenham muita humildade. Defendi aqui recentemente que o Governo devia ser forte face aos grandes interesses privados quando não convergem com os interesses nacionais e sensível às críticas dos trabalhadores.
Esta semana deixou-me um grande desconforto nesta matéria. Partilho as críticas feitas, à localização escolhida para o novo Aeroporto, designadamente, no que se refere aos riscos ambientais.
Sinto-me solidário com os dirigentes socialistas que se opuseram à não realização do referendo ao Tratado de Lisboa, que constava do compromisso eleitoral do PS. António José Seguro e os jovens socialistas, Pedro Nuno Santos, Nuno Tomé, Luís Testa, Ana Margarida Lourenço, Duarte Cordeiro e Pedro Vaz votaram contra. Vera Jardim absteve-se.
Vai iniciar-se em 2009 um novo ciclo eleitoral, com as eleições em Junho para o Parlamento Europeu e provavelmente para a Assembleia da República, e em Outubro, para as Autarquias Locais.
Esse facto, torna 2008 um ano de particular exigência de qualidade da acção governativa, mas exige além disso, do PS e da esquerda democrática em geral, a capacidade de promover uma reflexão nova sobre a realidade actual de Portugal e dos portugueses, e o que podem e devem aspirar a ser nas próximas décadas. Para que esta reflexão seja produtiva é necessário, que o maior número de militantes e o número mais alargado de cidadãos seja desafiado a pronunciar-se e o façam à luz dos valores do socialismo democrático.
Estão de parabéns os que asseguram uma alargada liberdade de expressão, como o blogue do PS Lumiar que pode ler aqui, actualmente o mais interessante das secções do PS.
Não podem também ser ignorados os contributos continuados que alguns militantes, com destaque para Manuel Alegre, têm procurado dar para manter uma capacidade de avaliação crítica da acção governativa.
O futuro de Portugal nas próximas décadas, para além dos debates sectoriais, deve mobilizar, também todos os que participam em movimentos de cidadãos, com ou sem compromissos partidários, como o MIC. Para pensar e trabalhar por um futuro melhor para Portugal, todos são imprescindíveis.
Perante o facto de há várias décadas se acentuarem as desigualdades sociais em Portugal, precisamos de novos impulsos que sejam animados por um reformismo social, para quem as pessoas estão em primeiro lugar. Os valores da liberdade, da igualdade e da solidariedade têm de ser uma exigência moral para o pensamento e a acção. Devemos estar abertos à diversidade, à iniciativa, à inovação e ao progresso.
Só assim o PS e a esquerda democrática continuarão a merecer a confiança dos cidadãos.

3 comentários:

sagitario disse...

de acordo, mas para isso o ps tem de rever as suas politicas e governar para melhorar a vida dos portugueses e não facilitar a vida dos capitalistas

Unknown disse...

Alegre e novo partido (em http://pslumiar.sapo.blogs.pt)

De DD a 27 de Janeiro de 2008 às 18:06
Seria uma imitação do Partido da Nova Esquerda criado na Alemanha e que teve um péssimo resultado eleitoral apesar de congregar uma ala esquerda do SPS, uma parte de Os Verdes e os comunistas do ex-SED mais outros pequenos grupos.

São hoje, na Alemanha, a oposição indispensável com os liberais dado que a coligação SPD-CDU/CSU é de tal maneira maioritária que tornou inoperante qualquer actividade política exterior aos dois grandes partidos. E as sondagens apontam todas para o reforço dos dois grandes partidos.

A Nova Esquerda na Alemanha reforçou os dois grandes e continua a fazê-lo com uma demagogia que o eleitorado não tem acolhido.
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De Zé T. a 28 de Janeiro de 2008 às 12:56
1- a maioria absoluta do PS nas próximas legislativas ''já está roubada'' (as sondagens dão apenas maioria relativa) - se o PSD continuar a não ser alternativa credível as coisas não pioram, mas se existirem mudanças na liderança (Durão Barroso?...?) a situação pode ficar muito má para o PS;

2- modelo espanhol ou alemão ou outro ... para criar um novo partido na área socialista, tudo depende .. de Alegre (não creio que queira ir por aí, mas antes por mais um 'movimento' externo e/ou interno no PS), de socialistas seus apoiantes (e quantos na sombra?), de eventuais ligações a outros pequenos partidos ou a diversas facções e personalidades de esquerda.

3- o governo PS e a direcção do PS (secretariado, conselho, ... nacional, regionais, concelhias) têm de estar atentas a estas ''sensibilidades, descrenças e críticas'', dando-lhes espaço e integrando-as na sua prática, nas medidas políticas económias e sociais. - ou então não terá desculpa para o que vier a acontecer ao PS no espaço político português na próxima década.
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De EBranquinho a 28 de Janeiro de 2008 às 15:17
Se o Carvalho da Silva “abandonar”, no congresso a realizar já no próximo mês, a CGTP e romper com o PCP, visto que uma e outra das situações são duas faces da mesma moeda, é mais um elemento preponderante, social e politicamente falando, a desagregar-se daquela ideologia e a juntar-se aos ditos “renovadores”.
O que poderão renovar, assim, isoladamente?
Onde se projectarão os que não foram absorvidos pelo PS, como foi o caso de Mário Lino ou Pina Moura e outros?
Se a falta de esclarecimento sobre as medidas tomadas pelo governo PS não for ultrapassada, ou os resultados pelas reformas introduzidas não começarem a aparecer, para contentamento das populações a quem tantos sacrifícios têm sido pedidos, corre-se, efectivamente, o risco de aparecerem novos “fenómenos” eleitorais e não se garantir a renovação de mandato, quanto mais maioria.

Bolota disse...

Como se individualidades como Edmundo Pedro se sentem encorraladas dentro do proprio partido???
Como se individualidades como Edmundo Pedro, tem de gritar na rua o que não deixam dizer dentro das estruturas partidarias do PS????

Antonio José Seguro será o FUTURO de um PS de esquerda???

Um abraço