segunda-feira, março 30, 2009

AGENDA CULTURAL (17)





4 de Abril, pelas 22h30,
YEMANJAZZ, apresentam o seu primeiro disco
com um concerto ao vivo na
COMUNA, na Praça de Espanha, em Lisboa

…sonoridades parajazzísticas, vectorizações woodstokianas, afro-glam sinfónico e pozinhos de brasis crioulos…
Pedro Castanheira
mais informação aqui e aqui

sábado, março 28, 2009

AGENDA CULTURAL (16)


ABRIL, ÂNIMOS MIL

pintura . escultura
ANTÓNIO COLAÇO
16 abril . 8 maio
Galeria da Associação 25 de Abril
Rua da Misericórdia, n.º95, em Lisboa
exposição comemorativa dos 30 anos da ânimo
http://animo30.wordpress.com/
inauguração dia 16 de Abril, quinta-feira, pelas 19 horas, De que falamos quando falamos de ânimo com a participação do Pe. Anselmo Borges
"...Num tempo de desânimo, uma exposição que faz apelo a que retomemos os caminhos que Abril nos abriu e em cujo esquecimento radicam, também, à nossa escala, algumas das razões para a crise que enfrentamos.
Na luta por uma sociedade mais justa e solidária, regressar às origens, mesmo a partir da grande cidade, pode ser um bom começo..."

domingo, março 22, 2009

BOSS AC - PRETO NO BRANCO - UMA NOVA MÚSICA URBANA


Ângelo César Firmino, musicalmente conhecido por Boss AC, como podem ver aqui e aqui, nasceu em Cabo Verde, mas foi criado no bairro da Bica em Lisboa, sendo ”cem por cento alfacinha”, como afirma aqui.
O seu novo disco “Preto no Branco” é a demonstração de que podemos somar influências culturais e musicais, fazer melhor música e viver com horizontes mais alargados. Estamos perante um disco que é expressão da emergência de uma nova música urbana, simultaneamente enraizada num quotidiano e numa memória musical cosmopolita.
Boss AC pertence à geração que esteve ligada ao aparecimento do rap em português, de que a colectânea “Rapública” (1994) ficou como um marco, mas sua música evoluiu e tornou-se muito mais rica desde essa época.
Boss AC é, com Sam The Kid, a que me referi aqui, uma das mais promissoras esperanças do hip hop português.
Não foi por acaso que ganhou o Prémio de Jovens autores de 2007 da Sociedade Portuguesa de Autores. Os seus poemas têm qualidade, ajudam a pensar seriamente sobre a forma como vivemos o quotidiano e sobre o sentido da vida, ajudam a pôr tudo preto no branco. Um dos seus versos foi inclusive incluído num manual de filosofia.
Boss AC é um ser humano responsável e solidário, que canta, por exemplo: “Respeito o meu próximo para que ele me respeite a mim/Penso na origem de tudo e penso como será o fim/ A morte é o fim ou um novo amanhecer?” e proclama, com evidente sinceridade, “ Eu acredito na Paz e no Amor”.
Cada som neste álbum é - segundo afirma - uma foto da sua alma.
A sua música é um incitamento a viver a vida com intensidade, não esquecendo como diz numa destas canções, que “hoje é uma dádiva, é por isso que se chama presente”. Incita-nos a não perder tempo com lamentações e a não esquecer, como diz no título de uma das canções que mais gostei “Estou vivo”que podem ouvir aqui e adverte “Damos tanta importância a coisas que nada importam, de repente alguém nos deixa e vemos temos senha” e acrescenta: “Vive a vida, tira proveito até ao fim da corrida, põe-te de pé e grita bem alto: Eu estou vivo e vou viver a vida”.
Este é um disco feito com um enorme cuidado e profissionalismo. Boss AC cria a sua música com uma grande liberdade criativa, indo para além do rap e do hip hop, conjugando contributos diversos desde o fado e a voz de Mariza, presentes em “Alguém Me Ouviu (Mantém-te Firme) até às guitarras da morna em “Pa Nada”, que canta muito bem no crioulo de Cabo Verde. Não é por acaso que é filho de uma grande cantora cabo-verdiana, Ana Firmino, que podem conhecer melhor aqui.
A música de Boss AC não pode ser desligada da crescente afirmação cultural de uma nova geração de portugueses, que assumindo a sua mestiçagem cultural, contribuem para afirmar cada vez mais Portugal, como um País plural, a que me referi aqui.
Não apenas Lisboa que é cada vez mais uma cidade cosmopolita, é Portugal, no seu conjunto, que é cada vez mais uma Nação cosmopolita, cuja identidade cultural está em permanente reelaboração com o contributo de todos os seus cidadãos.
Todo o mudo é composto de mudança, como dizia, Luís de Camões. Ao lado do fado, que tanto aprecio, numa cidade como Lisboa, assistimos ao emergir de novas músicas urbanas, como a de Boss AC, enriquecendo a nossa cultura.
O facto de neste disco ter colaborado Mariza exprime, de uma forma feliz, os laços de cumplicidade e de solidariedade, que devem existir entre todos os criadores, que por diversos caminhos, estão renovando o nosso imaginário colectivo. São também de referir as participações neste disco de Shout, TC, Patrícia Antunes, Djodje, Olavo Bilac, Valete e Toni Garrido.
Não deixem, de ouvir este novo disco de Boss AC. Vale a pena conhecer a nova música urbana.

sábado, março 21, 2009

AGENDA SOCIAL (1)


Lançamento do livro
Por um Sindicalismo Renovado
Comissão Nacional Justiça e Paz, Grupo de trabalho “Economia e Sociedade”
24 de Março 18h30 Auditório B203, Edifício II, ISCTE
Apresentação pelo Professor Mário Murteira e pelo Dr. Paulo Pedroso

quarta-feira, março 18, 2009

REGISTO

A revista ops!, com o terceiro número dedicado à Economia e à Crise - Tempo de Grandes Decisões - já está online.
A apresentação decorre na quarta-feira, 18 Março, 18h30, Hotel Altis, Lisboa, com análise e intervenções de Manuel Alegre, Henrique Neto, António Carlos dos Santos, Jorge Bateira e Nuno David.
Com um dossier dedicado à Economia e às grandes decisões, a revista ops! lança-se nas raízes, nas ameaças e nas oportunidades criadas pela crise. Contando com um editorial de Manuel Alegre, com o dossier coordenado por Jorge Bateira e uma entrevista a Alfredo Bruto da Costa, participam neste número diversos investigadores e actores políticos socialistas e independentes.
A crise e as suas soluções são temas de debate na próxima quarta-feira no Hotel Altis, ás 18h30.
Escrevem neste número Manuel Alegre, Jorge Bateira, Henrique de Melo, João Correia, Nuno David, João Ferreira do Amaral, José Castro Caldas, Elísio Estanque, Luis Tito, Ernesto Silva, Maria José Gama, Sérgio Pessoa, Pedro Tito Morais, Ana Cardoso, José Reis, Catarina Frade, Eduardo de Oliveira Fernandes, Maria Clara Murteira e Ricardo Paes Mamede.
Site da revista: http://www.opiniaosocialista.org/

terça-feira, março 17, 2009

domingo, março 15, 2009

DIÁLOGOS NO MEDITERRÂNEO OCIDENTAL

A necessidade de aprofundar o diálogo euro-mediterrâneo, através da criação de novos dinamismos esteve no centro do encontro, intitulado “Diálogos no Mediterrâneo Ocidental - as regiões e a sociedade civil pela cooperação descentralizada e a democracia participativa”, realizado em 13 e 14 de Março, na bela e histórica cidade de Génova, por iniciativa da Região da Ligúria e da Representação em Itália da Comissão Europeia, com o Alto Patrocínio do Presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano.
Tendo tido oportunidade de participar neste encontro a convite das entidades organizadoras, que procuraram assegurar a presença de participantes de cinco Estados - Membros da União Europeia (Itália, França, Portugal, Espanha e Malta) e cinco Estados da África do Norte (Argélia, Líbia, Tunísia, Marrocos e Mauritânia.), quero chamar a atenção para a importância de que se revestiu um encontro, que discutiu questões como: o reforço da cooperação sobre imigração e sobre integração; a democracia participativa, local, paritária - reforçar os direitos de expressão, de associação e a igualdade homem - mulher; a protecção do meio ambiente e o reforço do desenvolvimento duradouro na região; o partenariado cultural e humano - promover o reconhecimento mútuo e a coabitação entre culturas diferentes através da mobilidade e da educação; o papel da sociedade civil no desenvolvimento e na cooperação no Mediterrâneo Ocidental.
Temos de reconhecer a necessidade da sociedade civil seguir, de forma mais atenta e informada, esta dinâmica da União Europeia, na qual o Estado e os governos portugueses têm participado de forma empenhada.
Portugal é um país que em termos de geografia, humana, cultural e política, está dividido entre o Atlântico e o Mediterrâneo. Não é pressionado a participar neste processo pois não tem uma imigração intensa e descontrolada a partir dos países da África do Norte como acontece em Itália e Espanha.
Não podemos, contudo, ignorar os laços históricos entre Portugal e Marrocos em diferentes fases da história, as marcas linguísticas e culturais que deixaram na nossa cultura, particularmente no Sul de Portugal, populações originárias de Marrocos durante o período de hegemonia islâmica.
O número de imigrantes que residem legalmente em Portugal, provenientes da bacia do Mediterrâneo, é efectivamente limitado, como se pode constatar pelos seguintes números: Marrocos - 1871; Argélia 220, Tunísia - 113, Líbano - 195, Egipto - 351, Síria - 90, Israel - 133, Jordânia - 87 e Irão - 624 (Fonte: SEF).
Não devemos ignorar os laços económicos com estes países, nomeadamente, o gás que utilizamos vem da Argélia. Temos possibilidade de aprofundar não apenas o relacionamento económico, mas também cultural e político.
Fiquei impressionado com a forma como a Universidade de Génova consegue atrair um grande número de alunos provenientes do outro lado do Mediterrâneo, a sua aspiração a ser a Universidade do Mediterrâneo, acompanhando o protagonismo político que a cidade de Génova e a Região da Ligúria pretendem ter no diálogo euro - mediterrâneo. Valerá a pena às instituições universitárias portuguesas estarem atentas a estas dinâmicas, bem como às possibilidades abertas pelo programa comunitário Erasmus Mundus, como podem ver aqui.
Para quem se queira começar a interessar pelo diálogo euro - mediterrâneo, gostaria de recomendar que começasse por ler o livro “Breviário Mediterrâneo” de Predrag Matvejevitch, recentemente reeditado pela Quetzal, de que reproduzimos a belíssima capa, antes de ler a comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho sobre o processo de Barcelona: União para o Mediterrâneo.
Como tem afirmado o escritor mediterrâneo Tahar Ben Jelloun, a cultura é um antídoto ao conflito, neste processo deve-se começar pela cultura, o resto seguirá.
Sem desconsiderar a importância de iniciativas políticas como a que me referi, que irá ter continuidade nos próximos anos, devemos ter em conta que se não forem acompanhadas de trocas culturais mais alargadas, dificilmente se enraizarão nas sociedades civis.