José Tolentino Mendonça, a cuja obra já nos referimos aqui, reuniu um conjunto de textos de intervenção sobre Cristianismo e Cultura, que devem ser lidos com atenção.
Traduzem uma atitude de diálogo e de resposta aos desafios que a mutação cultural coloca aos cristãos. O título deste livro é significativo de uma estratégia de comunicação que procura despertar a curiosidade a partir da intrigante referência ao hipopótamo que surge no livro de Job.
São, na sua maioria textos curtos, contributos para uma agenda para o diálogo da Igreja Católica com o mundo contemporâneo num quadro de reconfiguração do espaço crente.
Como escreveu Pedro Mexia no Ípsilon (Público), a aproximação de José Tolentino Mendonça é poética e não apenas argumentativa, como podem ler aqui.
É, sobretudo, marcada pela capacidade de ouvir, de se deixar interpelar e mesmo aprender com os outros, na linha da epígrafe de São Paulo da Carta aos Romanos, que colocou no pórtico do livro “Tanto de gregos, como de bárbaros, tanto de sábios, como de ignorantes eu sou devedor”, como o cineasta Miguel Gomes, o filósofo Yves Michaud, o fotógrafo Augusto Brásio, o humorista Ricardo Araújo Pereira ou o poeta Herberto Helder.
A experiência cristã é uma aventura exigente, como ilustram com nitidez os textos sobre A solidão dos filhos de Deus sobre Ruy Belo ou É muito duro crer sobre Mary Flannery O’Connner.
Não devem existir barreiras artificias criadas pela quinquilharia que dificultam o acesso ao cristianismo “como sobressalto do infinito, paixão pelo absoluto, enternecimento e epifania que nos transcendem”.
Nesta matéria, como escreve José Tolentino Mendonça, A Igreja precisa de um virar de página, mas ficaria mal comigo mesmo se não evocasse os inúmeros esforços e realizações de muitos que nos antecederam e procuraram promover o virar de página. Recordo artistas, arquitectos e pintores, como José Escada, Nuno Teotónio Pereira, Clara Menéres, Emília Nadal, entre muitos outros. Recordo o que aprendi com Salette Tavares sobre o clima de desconfiança que os pioneiros tiveram que experimentar.
Não posso também deixar de ler o texto A alergia dos cristãos à política, sem evocar todos os que abriram o caminho para uma integração serena da Igreja Católica na democracia pós-25 de Abril, processo bem descrito por João Miguel Almeida no livro Oposição Católica ao Estado Novo.
Sendo um teólogo e um padre católico, é significativo do clima de abertura cultural existente entre nós, que o livro tenha sido apresentado por Tiago Cavaco (Tiago Guillul), pastor baptista da Igreja de S. Domingos de Benfica, responsável do blogue Voz do Deserto. A apresentação de Tiago Cavaco está disponível aqui, aqui e aqui.
José Tolentino Mendonça dedica, aliás, à intervenção cultural de Tiago Guillul, um texto bem-humorado, intitulado, Os sobrinhos de Karl Barth.
José Tolentino Mendonça é um poeta, escritor, padre e teólogo, que tem dado um contributo generoso, para o diálogo da Igreja Católica com a cultura portuguesa contemporânea, de que é como criador um protagonista maior, e muitos outros dos textos que tem publicado deveriam surgir em livro, nomeadamente os do suplemento Mil Folhas do Público.
É de registar que a fome de beleza que habita José Tolentino Mendonça, tem encontrado sintonia com uma das preocupações mais fecundas do pontificado de Bento XVI, que como recorda, lançou no encontro com os intelectuais no Centro Cultural de Belém um desafio exigente: “Fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza".
Para os que ainda estão de férias, recordo, que como José Tolentino Mendonça escreveu aqui, as férias são uma oportunidade de reencontrar a vida.
Traduzem uma atitude de diálogo e de resposta aos desafios que a mutação cultural coloca aos cristãos. O título deste livro é significativo de uma estratégia de comunicação que procura despertar a curiosidade a partir da intrigante referência ao hipopótamo que surge no livro de Job.
São, na sua maioria textos curtos, contributos para uma agenda para o diálogo da Igreja Católica com o mundo contemporâneo num quadro de reconfiguração do espaço crente.
Como escreveu Pedro Mexia no Ípsilon (Público), a aproximação de José Tolentino Mendonça é poética e não apenas argumentativa, como podem ler aqui.
É, sobretudo, marcada pela capacidade de ouvir, de se deixar interpelar e mesmo aprender com os outros, na linha da epígrafe de São Paulo da Carta aos Romanos, que colocou no pórtico do livro “Tanto de gregos, como de bárbaros, tanto de sábios, como de ignorantes eu sou devedor”, como o cineasta Miguel Gomes, o filósofo Yves Michaud, o fotógrafo Augusto Brásio, o humorista Ricardo Araújo Pereira ou o poeta Herberto Helder.
A experiência cristã é uma aventura exigente, como ilustram com nitidez os textos sobre A solidão dos filhos de Deus sobre Ruy Belo ou É muito duro crer sobre Mary Flannery O’Connner.
Não devem existir barreiras artificias criadas pela quinquilharia que dificultam o acesso ao cristianismo “como sobressalto do infinito, paixão pelo absoluto, enternecimento e epifania que nos transcendem”.
Nesta matéria, como escreve José Tolentino Mendonça, A Igreja precisa de um virar de página, mas ficaria mal comigo mesmo se não evocasse os inúmeros esforços e realizações de muitos que nos antecederam e procuraram promover o virar de página. Recordo artistas, arquitectos e pintores, como José Escada, Nuno Teotónio Pereira, Clara Menéres, Emília Nadal, entre muitos outros. Recordo o que aprendi com Salette Tavares sobre o clima de desconfiança que os pioneiros tiveram que experimentar.
Não posso também deixar de ler o texto A alergia dos cristãos à política, sem evocar todos os que abriram o caminho para uma integração serena da Igreja Católica na democracia pós-25 de Abril, processo bem descrito por João Miguel Almeida no livro Oposição Católica ao Estado Novo.
Sendo um teólogo e um padre católico, é significativo do clima de abertura cultural existente entre nós, que o livro tenha sido apresentado por Tiago Cavaco (Tiago Guillul), pastor baptista da Igreja de S. Domingos de Benfica, responsável do blogue Voz do Deserto. A apresentação de Tiago Cavaco está disponível aqui, aqui e aqui.
José Tolentino Mendonça dedica, aliás, à intervenção cultural de Tiago Guillul, um texto bem-humorado, intitulado, Os sobrinhos de Karl Barth.
José Tolentino Mendonça é um poeta, escritor, padre e teólogo, que tem dado um contributo generoso, para o diálogo da Igreja Católica com a cultura portuguesa contemporânea, de que é como criador um protagonista maior, e muitos outros dos textos que tem publicado deveriam surgir em livro, nomeadamente os do suplemento Mil Folhas do Público.
É de registar que a fome de beleza que habita José Tolentino Mendonça, tem encontrado sintonia com uma das preocupações mais fecundas do pontificado de Bento XVI, que como recorda, lançou no encontro com os intelectuais no Centro Cultural de Belém um desafio exigente: “Fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza".
Para os que ainda estão de férias, recordo, que como José Tolentino Mendonça escreveu aqui, as férias são uma oportunidade de reencontrar a vida.
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