Ângelo César Firmino, musicalmente conhecido por Boss AC, como podem ver aqui e aqui, nasceu em Cabo Verde, mas foi criado no bairro da Bica em Lisboa, sendo ”cem por cento alfacinha”, como afirma aqui.
O seu novo disco “Preto no Branco” é a demonstração de que podemos somar influências culturais e musicais, fazer melhor música e viver com horizontes mais alargados. Estamos perante um disco que é expressão da emergência de uma nova música urbana, simultaneamente enraizada num quotidiano e numa memória musical cosmopolita.
Boss AC pertence à geração que esteve ligada ao aparecimento do rap em português, de que a colectânea “Rapública” (1994) ficou como um marco, mas sua música evoluiu e tornou-se muito mais rica desde essa época.
Boss AC é, com Sam The Kid, a que me referi aqui, uma das mais promissoras esperanças do hip hop português.
Não foi por acaso que ganhou o Prémio de Jovens autores de 2007 da Sociedade Portuguesa de Autores. Os seus poemas têm qualidade, ajudam a pensar seriamente sobre a forma como vivemos o quotidiano e sobre o sentido da vida, ajudam a pôr tudo preto no branco. Um dos seus versos foi inclusive incluído num manual de filosofia.
Boss AC é um ser humano responsável e solidário, que canta, por exemplo: “Respeito o meu próximo para que ele me respeite a mim/Penso na origem de tudo e penso como será o fim/ A morte é o fim ou um novo amanhecer?” e proclama, com evidente sinceridade, “ Eu acredito na Paz e no Amor”.
Cada som neste álbum é - segundo afirma - uma foto da sua alma.
A sua música é um incitamento a viver a vida com intensidade, não esquecendo como diz numa destas canções, que “hoje é uma dádiva, é por isso que se chama presente”. Incita-nos a não perder tempo com lamentações e a não esquecer, como diz no título de uma das canções que mais gostei “Estou vivo”que podem ouvir aqui e adverte “Damos tanta importância a coisas que nada importam, de repente alguém nos deixa e vemos temos senha” e acrescenta: “Vive a vida, tira proveito até ao fim da corrida, põe-te de pé e grita bem alto: Eu estou vivo e vou viver a vida”.
Este é um disco feito com um enorme cuidado e profissionalismo. Boss AC cria a sua música com uma grande liberdade criativa, indo para além do rap e do hip hop, conjugando contributos diversos desde o fado e a voz de Mariza, presentes em “Alguém Me Ouviu (Mantém-te Firme) até às guitarras da morna em “Pa Nada”, que canta muito bem no crioulo de Cabo Verde. Não é por acaso que é filho de uma grande cantora cabo-verdiana, Ana Firmino, que podem conhecer melhor aqui.
A música de Boss AC não pode ser desligada da crescente afirmação cultural de uma nova geração de portugueses, que assumindo a sua mestiçagem cultural, contribuem para afirmar cada vez mais Portugal, como um País plural, a que me referi aqui.
Não apenas Lisboa que é cada vez mais uma cidade cosmopolita, é Portugal, no seu conjunto, que é cada vez mais uma Nação cosmopolita, cuja identidade cultural está em permanente reelaboração com o contributo de todos os seus cidadãos.
Todo o mudo é composto de mudança, como dizia, Luís de Camões. Ao lado do fado, que tanto aprecio, numa cidade como Lisboa, assistimos ao emergir de novas músicas urbanas, como a de Boss AC, enriquecendo a nossa cultura.
O facto de neste disco ter colaborado Mariza exprime, de uma forma feliz, os laços de cumplicidade e de solidariedade, que devem existir entre todos os criadores, que por diversos caminhos, estão renovando o nosso imaginário colectivo. São também de referir as participações neste disco de Shout, TC, Patrícia Antunes, Djodje, Olavo Bilac, Valete e Toni Garrido.
Não deixem, de ouvir este novo disco de Boss AC. Vale a pena conhecer a nova música urbana.
O seu novo disco “Preto no Branco” é a demonstração de que podemos somar influências culturais e musicais, fazer melhor música e viver com horizontes mais alargados. Estamos perante um disco que é expressão da emergência de uma nova música urbana, simultaneamente enraizada num quotidiano e numa memória musical cosmopolita.
Boss AC pertence à geração que esteve ligada ao aparecimento do rap em português, de que a colectânea “Rapública” (1994) ficou como um marco, mas sua música evoluiu e tornou-se muito mais rica desde essa época.
Boss AC é, com Sam The Kid, a que me referi aqui, uma das mais promissoras esperanças do hip hop português.
Não foi por acaso que ganhou o Prémio de Jovens autores de 2007 da Sociedade Portuguesa de Autores. Os seus poemas têm qualidade, ajudam a pensar seriamente sobre a forma como vivemos o quotidiano e sobre o sentido da vida, ajudam a pôr tudo preto no branco. Um dos seus versos foi inclusive incluído num manual de filosofia.
Boss AC é um ser humano responsável e solidário, que canta, por exemplo: “Respeito o meu próximo para que ele me respeite a mim/Penso na origem de tudo e penso como será o fim/ A morte é o fim ou um novo amanhecer?” e proclama, com evidente sinceridade, “ Eu acredito na Paz e no Amor”.
Cada som neste álbum é - segundo afirma - uma foto da sua alma.
A sua música é um incitamento a viver a vida com intensidade, não esquecendo como diz numa destas canções, que “hoje é uma dádiva, é por isso que se chama presente”. Incita-nos a não perder tempo com lamentações e a não esquecer, como diz no título de uma das canções que mais gostei “Estou vivo”que podem ouvir aqui e adverte “Damos tanta importância a coisas que nada importam, de repente alguém nos deixa e vemos temos senha” e acrescenta: “Vive a vida, tira proveito até ao fim da corrida, põe-te de pé e grita bem alto: Eu estou vivo e vou viver a vida”.
Este é um disco feito com um enorme cuidado e profissionalismo. Boss AC cria a sua música com uma grande liberdade criativa, indo para além do rap e do hip hop, conjugando contributos diversos desde o fado e a voz de Mariza, presentes em “Alguém Me Ouviu (Mantém-te Firme) até às guitarras da morna em “Pa Nada”, que canta muito bem no crioulo de Cabo Verde. Não é por acaso que é filho de uma grande cantora cabo-verdiana, Ana Firmino, que podem conhecer melhor aqui.
A música de Boss AC não pode ser desligada da crescente afirmação cultural de uma nova geração de portugueses, que assumindo a sua mestiçagem cultural, contribuem para afirmar cada vez mais Portugal, como um País plural, a que me referi aqui.
Não apenas Lisboa que é cada vez mais uma cidade cosmopolita, é Portugal, no seu conjunto, que é cada vez mais uma Nação cosmopolita, cuja identidade cultural está em permanente reelaboração com o contributo de todos os seus cidadãos.
Todo o mudo é composto de mudança, como dizia, Luís de Camões. Ao lado do fado, que tanto aprecio, numa cidade como Lisboa, assistimos ao emergir de novas músicas urbanas, como a de Boss AC, enriquecendo a nossa cultura.
O facto de neste disco ter colaborado Mariza exprime, de uma forma feliz, os laços de cumplicidade e de solidariedade, que devem existir entre todos os criadores, que por diversos caminhos, estão renovando o nosso imaginário colectivo. São também de referir as participações neste disco de Shout, TC, Patrícia Antunes, Djodje, Olavo Bilac, Valete e Toni Garrido.
Não deixem, de ouvir este novo disco de Boss AC. Vale a pena conhecer a nova música urbana.
2 comentários:
Boss AC é um caso muito sério da nova vaga de intérpretes e autores. Fosse este território parte dos EUA e certamente estaria na ribalta internacional e bem colocado. Mas como ele infelizmente ficou pelo Terceiro Mundo, dificilmente conseguirá fazer chegar a sua mensagem a um mundo vazio, lobista, elitista e açambarcado... Haja coragem porque valor sobra...
boos ac continoa a escrever mais porque as músias estao fixes.
Enviar um comentário