A necessidade de aprofundar o diálogo euro-mediterrâneo, através da criação de novos dinamismos esteve no centro do encontro, intitulado “Diálogos no Mediterrâneo Ocidental - as regiões e a sociedade civil pela cooperação descentralizada e a democracia participativa”, realizado em 13 e 14 de Março, na bela e histórica cidade de Génova, por iniciativa da Região da Ligúria e da Representação em Itália da Comissão Europeia, com o Alto Patrocínio do Presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano.
Tendo tido oportunidade de participar neste encontro a convite das entidades organizadoras, que procuraram assegurar a presença de participantes de cinco Estados - Membros da União Europeia (Itália, França, Portugal, Espanha e Malta) e cinco Estados da África do Norte (Argélia, Líbia, Tunísia, Marrocos e Mauritânia.), quero chamar a atenção para a importância de que se revestiu um encontro, que discutiu questões como: o reforço da cooperação sobre imigração e sobre integração; a democracia participativa, local, paritária - reforçar os direitos de expressão, de associação e a igualdade homem - mulher; a protecção do meio ambiente e o reforço do desenvolvimento duradouro na região; o partenariado cultural e humano - promover o reconhecimento mútuo e a coabitação entre culturas diferentes através da mobilidade e da educação; o papel da sociedade civil no desenvolvimento e na cooperação no Mediterrâneo Ocidental.
Temos de reconhecer a necessidade da sociedade civil seguir, de forma mais atenta e informada, esta dinâmica da União Europeia, na qual o Estado e os governos portugueses têm participado de forma empenhada.
Portugal é um país que em termos de geografia, humana, cultural e política, está dividido entre o Atlântico e o Mediterrâneo. Não é pressionado a participar neste processo pois não tem uma imigração intensa e descontrolada a partir dos países da África do Norte como acontece em Itália e Espanha.
Não podemos, contudo, ignorar os laços históricos entre Portugal e Marrocos em diferentes fases da história, as marcas linguísticas e culturais que deixaram na nossa cultura, particularmente no Sul de Portugal, populações originárias de Marrocos durante o período de hegemonia islâmica.
O número de imigrantes que residem legalmente em Portugal, provenientes da bacia do Mediterrâneo, é efectivamente limitado, como se pode constatar pelos seguintes números: Marrocos - 1871; Argélia 220, Tunísia - 113, Líbano - 195, Egipto - 351, Síria - 90, Israel - 133, Jordânia - 87 e Irão - 624 (Fonte: SEF).
Não devemos ignorar os laços económicos com estes países, nomeadamente, o gás que utilizamos vem da Argélia. Temos possibilidade de aprofundar não apenas o relacionamento económico, mas também cultural e político.
Fiquei impressionado com a forma como a Universidade de Génova consegue atrair um grande número de alunos provenientes do outro lado do Mediterrâneo, a sua aspiração a ser a Universidade do Mediterrâneo, acompanhando o protagonismo político que a cidade de Génova e a Região da Ligúria pretendem ter no diálogo euro - mediterrâneo. Valerá a pena às instituições universitárias portuguesas estarem atentas a estas dinâmicas, bem como às possibilidades abertas pelo programa comunitário Erasmus Mundus, como podem ver aqui.
Para quem se queira começar a interessar pelo diálogo euro - mediterrâneo, gostaria de recomendar que começasse por ler o livro “Breviário Mediterrâneo” de Predrag Matvejevitch, recentemente reeditado pela Quetzal, de que reproduzimos a belíssima capa, antes de ler a comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho sobre o processo de Barcelona: União para o Mediterrâneo.
Como tem afirmado o escritor mediterrâneo Tahar Ben Jelloun, a cultura é um antídoto ao conflito, neste processo deve-se começar pela cultura, o resto seguirá.
Sem desconsiderar a importância de iniciativas políticas como a que me referi, que irá ter continuidade nos próximos anos, devemos ter em conta que se não forem acompanhadas de trocas culturais mais alargadas, dificilmente se enraizarão nas sociedades civis.
Tendo tido oportunidade de participar neste encontro a convite das entidades organizadoras, que procuraram assegurar a presença de participantes de cinco Estados - Membros da União Europeia (Itália, França, Portugal, Espanha e Malta) e cinco Estados da África do Norte (Argélia, Líbia, Tunísia, Marrocos e Mauritânia.), quero chamar a atenção para a importância de que se revestiu um encontro, que discutiu questões como: o reforço da cooperação sobre imigração e sobre integração; a democracia participativa, local, paritária - reforçar os direitos de expressão, de associação e a igualdade homem - mulher; a protecção do meio ambiente e o reforço do desenvolvimento duradouro na região; o partenariado cultural e humano - promover o reconhecimento mútuo e a coabitação entre culturas diferentes através da mobilidade e da educação; o papel da sociedade civil no desenvolvimento e na cooperação no Mediterrâneo Ocidental.
Temos de reconhecer a necessidade da sociedade civil seguir, de forma mais atenta e informada, esta dinâmica da União Europeia, na qual o Estado e os governos portugueses têm participado de forma empenhada.
Portugal é um país que em termos de geografia, humana, cultural e política, está dividido entre o Atlântico e o Mediterrâneo. Não é pressionado a participar neste processo pois não tem uma imigração intensa e descontrolada a partir dos países da África do Norte como acontece em Itália e Espanha.
Não podemos, contudo, ignorar os laços históricos entre Portugal e Marrocos em diferentes fases da história, as marcas linguísticas e culturais que deixaram na nossa cultura, particularmente no Sul de Portugal, populações originárias de Marrocos durante o período de hegemonia islâmica.
O número de imigrantes que residem legalmente em Portugal, provenientes da bacia do Mediterrâneo, é efectivamente limitado, como se pode constatar pelos seguintes números: Marrocos - 1871; Argélia 220, Tunísia - 113, Líbano - 195, Egipto - 351, Síria - 90, Israel - 133, Jordânia - 87 e Irão - 624 (Fonte: SEF).
Não devemos ignorar os laços económicos com estes países, nomeadamente, o gás que utilizamos vem da Argélia. Temos possibilidade de aprofundar não apenas o relacionamento económico, mas também cultural e político.
Fiquei impressionado com a forma como a Universidade de Génova consegue atrair um grande número de alunos provenientes do outro lado do Mediterrâneo, a sua aspiração a ser a Universidade do Mediterrâneo, acompanhando o protagonismo político que a cidade de Génova e a Região da Ligúria pretendem ter no diálogo euro - mediterrâneo. Valerá a pena às instituições universitárias portuguesas estarem atentas a estas dinâmicas, bem como às possibilidades abertas pelo programa comunitário Erasmus Mundus, como podem ver aqui.
Para quem se queira começar a interessar pelo diálogo euro - mediterrâneo, gostaria de recomendar que começasse por ler o livro “Breviário Mediterrâneo” de Predrag Matvejevitch, recentemente reeditado pela Quetzal, de que reproduzimos a belíssima capa, antes de ler a comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho sobre o processo de Barcelona: União para o Mediterrâneo.
Como tem afirmado o escritor mediterrâneo Tahar Ben Jelloun, a cultura é um antídoto ao conflito, neste processo deve-se começar pela cultura, o resto seguirá.
Sem desconsiderar a importância de iniciativas políticas como a que me referi, que irá ter continuidade nos próximos anos, devemos ter em conta que se não forem acompanhadas de trocas culturais mais alargadas, dificilmente se enraizarão nas sociedades civis.
1 comentário:
Muito interessante. Vou tentar comprar o livro.
saudações
iv
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