quarta-feira, abril 20, 2011

A SITUAÇÃO NO JAPÃO E O NUCLEAR

Os cidadãos japoneses e os cidadãos estrangeiros residentes no Japão, entre os quais muitos portugueses e brasileiros, enfrentaram, com coragem e com determinação invulgares, um conjunto de cataclismos desde o primeiro terramato, ao tsunami que e lhe seguiu, bem como o conjunto de sismos de menor intensidade, que se têm verificado.
Temos muito a aprender com elevada organização social japonesa, com a forma como através da aplicação efectiva de medidas anti-sísmicas nas construções, conseguiram diminuir o impacto destruidor dos sismos, como se verificou na Cidade de Tóquio.
Não podemos também deixar de retirar as devidas conclusões da situação de alerta de catástrofe, que se mantém na Central Nuclear de Fukushima Dailichi.
Temos motivos para nos congratulamos pelo facto de Portugal ter optado por promover a utilização das energias renováveis e continuar a recusar a opção nuclear
Saudamos por isso o facto da Assembleia Municipal de Lisboa, onde estão representados o PS, o PSD, o PCP, o CDS/PP, o BE, o MPT, PPM, o Partido Ecologista “Os Verdes” e deputados Independentes, eleitos nas listas do PS, ter aprovado no dia 19 de Abril, por unanimidade, a seguinte moção, que apresentei conjuntamente com o Líder da Bancada do PS, Miguel Coelho.

A SITUAÇÃO NO JAPÃO
Considerando que o Japão tem sido vítima de um conjunto de graves acidentes naturais desde o primeiro tremor de terra, ocorrido em 11 de Março de 2011, a que se seguiu um tsunami e novos sismos e que os japoneses e, em geral todos os cidadãos residentes no Japão, têm enfrentado a situação com extraordinária coragem e uma imensa dignidade;
Considerando que a comunidade internacional deve primeiro que tudo homenagear as vítimas, e ser solidária com o povo japonês, manifestando-lhe o seu respeito e os laços de amizade, que os japoneses designam por “kizuna”;
Considerando que a comunidade internacional e as cidades globais como Lisboa, devem exaltar todos os cuidados para fazer face a cataclismos, que as cidades como Tóquio têm tomado, nomeadamente, a criação de estruturas anti-sísmicas que, apesar da imprevista intensidade e violência dos abalos e do tsunami, limitaram, de alguma forma o seu alcance devastador;
Considerando que apesar do tempo decorrido, para além dos sismos que ainda se têm verificado, se mantém uma grave ameaça nuclear na Central Nuclear de Fukushima Dailichi;
Considerando que, apesar dos enormes esforços desenvolvidos pelos responsáveis japoneses e da cooperação científica internacional, se tem revelado ser muito difícil fazer face com sucesso aos graves riscos que as centrais nucleares fazem sentir sobre a qualidade do solo, da água, com consequências a nível internacional, levando países como a Alemanha a ordenar o encerramento de várias centrais nucleares;
A Assembleia Municipal de Lisboa reunida em assembleia ordinária em 19 de Abril de 2011, decide:
1-Manifestar o respeito, solidariedade e os laços de amizade que nos ligam ao povo japonês e aos cidadãos estrangeiros residentes no Japão, que foram sujeitos a crises naturais de rara violência, que provocaram milhares de mortos, feridos e um imenso sofrimento e que têm dado provas de uma enorme determinação, coragem e dignidade no enfrentar da situação.
2-Reafirmar a importância que atribui à implementação da legislação anti- sísmica em matéria de construções, que demonstraram no caso de Tóquio, poderem contribuir para diminuir o impacto dos tremores de terra, e de todas as medidas que reforcem a eficácia dos sistemas de protecção civil.
3-Congratular-se pela sistemática recusa em Portugal da opção pelo nuclear cujos riscos se revelam extremamente elevados, mesmo em países com grande desenvolvimento tecnológico e com um elevado grau de organização social como o Japão, e pela aposta nas energias renováveis.
4-Reafirmar a importância da Cidade de Lisboa continuar a promover a eficiência energética e a apoiar a utilização das energias renováveis.

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