Nuno Teotónio Pereira, como afirmou Jorge Sampaio na homenagem que ontem, lhe foi promovida na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa, não é apropriável por ninguém e por nenhum grupo em particular.
Chamo a vossa atenção para o relato desta iniciativa por José Pedro Castanheira no Expresso online aqui.
Foi bom ver tanta e tão variada gente, vinda de todo o país para lhe testemunhar a amizade, a gratidão que lhe têm e para festejar com ele muitos combates que travaram ao seu lado e que contribuíram para o aprofundamento e consolidação da democracia.
Nem poderia ser de outra maneira se pensarmos que toda a vida tem sido um cidadão generoso e exemplar, inspirando e participando nas mais diversas iniciativas, como foi referido, por Joana Lopes, Jorge Sampaio, Mário Brochado Coelho e Júlio Pereira.
Nuno Teotónio Pereira continua a inspirar-nos, com os seus 89 anos, para não aceitarmos tudo o que de intolerável estraga a vida de tantos cidadãos, tendo-nos dito: “Apelo a todos para que, em conjunto ou individualmente, façam o que for necessário, mesmo com risco, para abar com situações de clamorosa desumanidade que existem no nosso país, muitas vezes ao nosso lado”.
A homenagem de ontem a Nuno Teotónio Pereira que pretendeu ser também alargada às gerações que animaram as cooperativas culturais Pragma (Lisboa) e Confronto (Porto), centrou-se, particularmente no seu empenhamento na luta democrática e anticolonial nas últimas décadas da ditadura, o que levou à prisão de Caxias, onde se encontrava no dia 25 de Abril de 1974.
Na sessão de homenagem foi lançado por Mário Brochado Coelho o livro “Confronto - Memória de uma Cooperativa Cultural, Porto 1966-1972”, com a qual Nuno Teotónio Pereira, que foi dirigente da Pragma também colaborou.
A homenagem teve lugar na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, de que foram autores os arquitectos Nuno Portas e Nuno Teotónio Pereira e que podem conhecer melhor aqui.
Nuno Teotónio Pereira que teve um papel de destaque no MRAR (Movimento de Renovação da Arte Religiosa), que não foi um movimento só de arquitectos, mas também de pintores e de músicos, como referiu no colóquio em que participou no CRC (Centro de Reflexão Cristã) aqui.
Nuno Teotónio Pereira foi responsável por edifícios que marcam a imagem de Lisboa, como, por exemplo, o edifício de habitação na Rua General Silva Freire, n.º 55 a 55 A, Olivais Norte, com António Pinto Freitas - Prémio Valmor, 1976, o edifício de escritórios e comércio na Rua Braancamp n.º 9, em Lisboa, conhecido por Franjinhas, com João Braula Reis - Prémio Valmor, 1971, e a já referida Igreja do Sagrado Coração de Jesus, Com Nuno Portas - Prémio Valmor, 1975. Foi por isso com inteira justiça que António Costa lhe entregou a Medalha de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Lisboa - Grau Ouro e vai editar um conjunto de textos e artigos da sua autoria mais um contributo como arquitecto e cidadão para esta cidade que tanto ama.
Permitam-me uma reflexão mais pessoal, Nuno Teotónio Pereira é um cidadão comprometido, totalmente alheio à lógica de carreira política, que tem levado tantos à abdicação das suas convicções. Sendo um excelente profissional, que foi dirigente do MES (Movimento de Esquerda Socialista) é hoje um discreto, mas empenhado militante do Partido Socialista. Seria natural que a importância do seu contributo fosse reconhecida por parte dos seus camaradas. Assim não aconteceu até hoje, com excepção de Jorge Sampaio e António Costa, que enquanto Presidentes da Câmara Municipal de Lisboa sempre valorizaram o seu contributo como arquitecto e cidadão. Nuno Teotónio Pereira continuou a participar com naturalidade em processos internos de debate e eleição que visaram reforçar a cidadania dos militantes, mesmo sabendo que muitos desses combates não seriam vitoriosos.
Nuno Teotónio Pereira é um cidadão generoso e empenhado, um homem bom e justo e por isso divulgar o seu trajecto profissional, cívico, e cultural, é não só um acto de justiça, mas de oportuna e necessária pedagogia política.
Chamo a vossa atenção para o relato desta iniciativa por José Pedro Castanheira no Expresso online aqui.
Foi bom ver tanta e tão variada gente, vinda de todo o país para lhe testemunhar a amizade, a gratidão que lhe têm e para festejar com ele muitos combates que travaram ao seu lado e que contribuíram para o aprofundamento e consolidação da democracia.
Nem poderia ser de outra maneira se pensarmos que toda a vida tem sido um cidadão generoso e exemplar, inspirando e participando nas mais diversas iniciativas, como foi referido, por Joana Lopes, Jorge Sampaio, Mário Brochado Coelho e Júlio Pereira.
Nuno Teotónio Pereira continua a inspirar-nos, com os seus 89 anos, para não aceitarmos tudo o que de intolerável estraga a vida de tantos cidadãos, tendo-nos dito: “Apelo a todos para que, em conjunto ou individualmente, façam o que for necessário, mesmo com risco, para abar com situações de clamorosa desumanidade que existem no nosso país, muitas vezes ao nosso lado”.
A homenagem de ontem a Nuno Teotónio Pereira que pretendeu ser também alargada às gerações que animaram as cooperativas culturais Pragma (Lisboa) e Confronto (Porto), centrou-se, particularmente no seu empenhamento na luta democrática e anticolonial nas últimas décadas da ditadura, o que levou à prisão de Caxias, onde se encontrava no dia 25 de Abril de 1974.
Na sessão de homenagem foi lançado por Mário Brochado Coelho o livro “Confronto - Memória de uma Cooperativa Cultural, Porto 1966-1972”, com a qual Nuno Teotónio Pereira, que foi dirigente da Pragma também colaborou.
A homenagem teve lugar na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, de que foram autores os arquitectos Nuno Portas e Nuno Teotónio Pereira e que podem conhecer melhor aqui.
Nuno Teotónio Pereira que teve um papel de destaque no MRAR (Movimento de Renovação da Arte Religiosa), que não foi um movimento só de arquitectos, mas também de pintores e de músicos, como referiu no colóquio em que participou no CRC (Centro de Reflexão Cristã) aqui.
Nuno Teotónio Pereira foi responsável por edifícios que marcam a imagem de Lisboa, como, por exemplo, o edifício de habitação na Rua General Silva Freire, n.º 55 a 55 A, Olivais Norte, com António Pinto Freitas - Prémio Valmor, 1976, o edifício de escritórios e comércio na Rua Braancamp n.º 9, em Lisboa, conhecido por Franjinhas, com João Braula Reis - Prémio Valmor, 1971, e a já referida Igreja do Sagrado Coração de Jesus, Com Nuno Portas - Prémio Valmor, 1975. Foi por isso com inteira justiça que António Costa lhe entregou a Medalha de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Lisboa - Grau Ouro e vai editar um conjunto de textos e artigos da sua autoria mais um contributo como arquitecto e cidadão para esta cidade que tanto ama.
Permitam-me uma reflexão mais pessoal, Nuno Teotónio Pereira é um cidadão comprometido, totalmente alheio à lógica de carreira política, que tem levado tantos à abdicação das suas convicções. Sendo um excelente profissional, que foi dirigente do MES (Movimento de Esquerda Socialista) é hoje um discreto, mas empenhado militante do Partido Socialista. Seria natural que a importância do seu contributo fosse reconhecida por parte dos seus camaradas. Assim não aconteceu até hoje, com excepção de Jorge Sampaio e António Costa, que enquanto Presidentes da Câmara Municipal de Lisboa sempre valorizaram o seu contributo como arquitecto e cidadão. Nuno Teotónio Pereira continuou a participar com naturalidade em processos internos de debate e eleição que visaram reforçar a cidadania dos militantes, mesmo sabendo que muitos desses combates não seriam vitoriosos.
Nuno Teotónio Pereira é um cidadão generoso e empenhado, um homem bom e justo e por isso divulgar o seu trajecto profissional, cívico, e cultural, é não só um acto de justiça, mas de oportuna e necessária pedagogia política.
A fotografia de Nuno Teotónio Pereira foi retirada do blogue do CRC.
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