Realizou-se hoje um encontro sobre a compaixão na Mesquita Central de Lisboa, no qual tive muito gosto em participar a convite da Comunidade Islâmica, que pode conhecer melhor aqui.
Este encontro inseriu-se na dinâmica criada pela Carta sobre a Compaixão (Charter for Compassion) a nível mundial, estando a realizar-se iniciativas em diversos países, como pode ver aqui.
A compaixão está no centro de todas as tradições religiosas, éticas e espirituais, e convida-nos a tratar todos os outros da mesma maneira como gostaríamos de ser tratados, como se refere na carta, que acrescenta:
A compaixão impele-nos a trabalhar incessantemente com o intuito de aliviarmos o sofrimento do nosso próximo, o que inclui todas as criaturas, de nos descentrarmos do nosso mundo, e no lugar, colocar os outros, de honrarmos a santidade inviolável de todo o ser humano, tratando todas as pessoas sem excepção, com absoluta justiça, equidade e respeito.
A Carta sobre a compaixão teve na sua origem uma ideia de Karen Armstrong que podem ouvir aqui. Esta antiga freira, autora do livro “The Case for God” tem-se batido para que a compaixão esteja no centro da moralidade e da religião. A Carta foi subscrita desde logo por inúmeras personalidades tais como o Dalai Lama, a Rainha Noor da Jordânia, Paul Simon, o Arcebispo Desmond Tutu, o Prof.Cândido Mendes, Peter Gabriel, Tariq Ramadan, Meg Ryan, entre muitas outras.
No Encontro realizado em Lisboa, o Sheikh David Munir e o Presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, Abdool Vakil, deram as boas vindas aos participantes.
Seguiram-se intervenções de diversas confissões de religiosas e de não-crentes. Muçulmanos, cristãos, católicos, mas também evangélicos e de outras confissões, judeus, hindus, bahá’ís, budistas uniram-se para defender a importância da compaixão nesta iniciativa em boa hora promovida pela Comunidade Islâmica de Lisboa, e referiram de que forma assumiam a relevância central da compaixão nas suas diferentes tradições religiosas. Também vários não-crentes, com destaque para Mário Soares, Presidente da Comissão da Liberdade Religiosa referiram a importância da compaixão para os que não se identificam com qualquer tradição religiosa. António Costa, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, esteve também presente.
Foram todos contributos de grande qualidade e profundidade como o do Padre Peter Stilwell, que falou em representação da Igreja Católica, que graças à sua gentileza e amizade, temos o gosto de publicar neste bolgue.
No encerramento Abdool Vakil agradeceu a participação de todos e referiu uma vez mais o seu empenhamento como muçulmano na luta pela afirmação da compaixão como valor central na sociedade, tendo terminado com uma oração que exprimia o sentir dos participantes. Mahomed Abed, 1.º Secretário da Comunidade Islâmica, que teve um papel de relevo na organização do encontro convidou os presentes a visionarem os depoimentos de aderentes da Carta, antes de dar por encerrado o encontro, que dará lugar a novas iniciativas.
As diferentes confissões religiosas representadas na iniciativa, demonstraram, uma vez mais, que são actualmente em Portugal uma força ao serviço da paz, da convivência cívica, do diálogo inter-cultural e inter-religioso, que partilham o princípio da Carta de que “é ilegítima qualquer interpretação das escrituras que gere ódio, violência ou desprezo”. Poderão por isso contribuir, de forma relevante, para concretizar os objectivos da Carta, nomeadamente, “para a criação de uma economia justa e uma comunidade global pacífica”.
A compaixão, nem pretende ser exclusivo de ninguém, crente, ateu ou agnóstico, mesmo se tem um lugar central em diferentes tradições religiosas. Poderemos dizer que inspirou os autores da Declaração Universal dos Direitos do Homem quando escreveram que todos os seres humanos devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. Se a compaixão nos impele a irmos para lá da fraternidade, não podemos falar de compaixão se não começarmos por nos olharmos uns aos outros em espírito de fraternidade e não agirmos no respeito dos direitos de todos os seres humanos.
Este encontro inseriu-se na dinâmica criada pela Carta sobre a Compaixão (Charter for Compassion) a nível mundial, estando a realizar-se iniciativas em diversos países, como pode ver aqui.
A compaixão está no centro de todas as tradições religiosas, éticas e espirituais, e convida-nos a tratar todos os outros da mesma maneira como gostaríamos de ser tratados, como se refere na carta, que acrescenta:
A compaixão impele-nos a trabalhar incessantemente com o intuito de aliviarmos o sofrimento do nosso próximo, o que inclui todas as criaturas, de nos descentrarmos do nosso mundo, e no lugar, colocar os outros, de honrarmos a santidade inviolável de todo o ser humano, tratando todas as pessoas sem excepção, com absoluta justiça, equidade e respeito.
A Carta sobre a compaixão teve na sua origem uma ideia de Karen Armstrong que podem ouvir aqui. Esta antiga freira, autora do livro “The Case for God” tem-se batido para que a compaixão esteja no centro da moralidade e da religião. A Carta foi subscrita desde logo por inúmeras personalidades tais como o Dalai Lama, a Rainha Noor da Jordânia, Paul Simon, o Arcebispo Desmond Tutu, o Prof.Cândido Mendes, Peter Gabriel, Tariq Ramadan, Meg Ryan, entre muitas outras.
No Encontro realizado em Lisboa, o Sheikh David Munir e o Presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, Abdool Vakil, deram as boas vindas aos participantes.
Seguiram-se intervenções de diversas confissões de religiosas e de não-crentes. Muçulmanos, cristãos, católicos, mas também evangélicos e de outras confissões, judeus, hindus, bahá’ís, budistas uniram-se para defender a importância da compaixão nesta iniciativa em boa hora promovida pela Comunidade Islâmica de Lisboa, e referiram de que forma assumiam a relevância central da compaixão nas suas diferentes tradições religiosas. Também vários não-crentes, com destaque para Mário Soares, Presidente da Comissão da Liberdade Religiosa referiram a importância da compaixão para os que não se identificam com qualquer tradição religiosa. António Costa, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, esteve também presente.
Foram todos contributos de grande qualidade e profundidade como o do Padre Peter Stilwell, que falou em representação da Igreja Católica, que graças à sua gentileza e amizade, temos o gosto de publicar neste bolgue.
No encerramento Abdool Vakil agradeceu a participação de todos e referiu uma vez mais o seu empenhamento como muçulmano na luta pela afirmação da compaixão como valor central na sociedade, tendo terminado com uma oração que exprimia o sentir dos participantes. Mahomed Abed, 1.º Secretário da Comunidade Islâmica, que teve um papel de relevo na organização do encontro convidou os presentes a visionarem os depoimentos de aderentes da Carta, antes de dar por encerrado o encontro, que dará lugar a novas iniciativas.
As diferentes confissões religiosas representadas na iniciativa, demonstraram, uma vez mais, que são actualmente em Portugal uma força ao serviço da paz, da convivência cívica, do diálogo inter-cultural e inter-religioso, que partilham o princípio da Carta de que “é ilegítima qualquer interpretação das escrituras que gere ódio, violência ou desprezo”. Poderão por isso contribuir, de forma relevante, para concretizar os objectivos da Carta, nomeadamente, “para a criação de uma economia justa e uma comunidade global pacífica”.
A compaixão, nem pretende ser exclusivo de ninguém, crente, ateu ou agnóstico, mesmo se tem um lugar central em diferentes tradições religiosas. Poderemos dizer que inspirou os autores da Declaração Universal dos Direitos do Homem quando escreveram que todos os seres humanos devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. Se a compaixão nos impele a irmos para lá da fraternidade, não podemos falar de compaixão se não começarmos por nos olharmos uns aos outros em espírito de fraternidade e não agirmos no respeito dos direitos de todos os seres humanos.
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