domingo, maio 29, 2011

A ESQUERDA QUER GANHAR AS ELEIÇÕES?

No momento em que se inicia a última semana de campanha eleitoral quero deixar claro as razões porque entendo que não apenas os socialistas, mas o povo de esquerda, em geral, deve votar no PS.
É para todos evidente que o que está em causa é a possibilidade da vitória do PS ou a vitória do PSD. É a possibilidade de defender o essencial do Estado Social, que construímos duramente depois do 25 de Abril e com o qual o PS está comprometido aqui e de impedirmos a privatização das Águas de Portugal, da Caixa Geral de Depósitos e da RTP. Quem tiver dúvidas, basta reler o projecto de revisão constitucional e o programa eleitoral do PSD.
A defesa do Estado Social não depende do BE ou da CDU elegerem mais ou menos deputados, mas depende do PS ter mais deputados que o PSD. Aliás, a CDU e o BE seguiram uma estratégia de fragilização da esquerda, e devem ser punidos por isso pelo eleitorado de esquerda. Primeiro, uniram-se à direita para derrubar o governo do PS, sem que tivessem condições para construir qualquer alternativa ou fossem capazes de apresentar qualquer programa comum. Nada está mais afastado politicamente que as propostas de governo patriótico de esquerda da CDU e um federalismo europeu imaginário defendido pelo BE.
O BE e a CDU têm como ambição para estas eleições apenas ganhar alguns deputados à custa do PS repetindo à exaustão o ataque ao memorando de entendimento entre o Governo Português e o FMI, a União Europeia e o Banco Central Europeu. O que é importante recordar é que foi o chumbo do PEC IV, que obrigou a este acordo.
O BE e a CDU, ao contrário do PS, da UGT, e mesmo da CGTP-IN, não contribuíram para estabelecer balizas a esse acordo, porque não deram qualquer contributo útil por demissão e falta de comparência. Essa negociação foi uma luta dura face às pressões da Direita que pretendia aproveitá-la para consagrar a liquidação do Estado Social. O BE e a CDU não demonstraram ter capacidades de negociação para defenderem Portugal nesta crise, mas isso não os impede de acenarem com uma nova negociação imaginária.
Os cidadãos que consideram que o PS terá de ser desafiado a reequacionar políticas, que é necessário discutir políticas públicas e novas propostas à esquerda, não podem iludir-se. Esse debate é possível e necessário, mas só será viável se o PS ganhar as eleições. Se o PS as perder o que restará à esquerda serão lutas defensivas e derrotas anunciadas face à concretização do desmantelamento do Estado Social na saúde, na educação, na segurança social, na legislação sobre despedimentos se existir uma maioria de Direita.
Nada tenho, em abstracto, contra a CDU ou o BE, tirando o facto da minha opção ser outra, o PS. Considero que as alianças autárquicas em Lisboa entre o PS e a CDU, foram muito positivas para desenvolver boas políticas para a Cidade. Foi positiva a colaboração com o BE na candidatura presidencial de Manuel Alegre, mas a estratégia seguida depois disso pelo BE provocou uma ruptura total com os socialistas. O BE, de forma oportunista e com uma grande ingenuidade julgou que podia manipular uma parte do eleitorado socialista contra o PS aproveitando as dificuldades causadas pela crise.
Os permanentes apelos do coordenador do BE aos eleitores socialistas, terão como resposta um virar de costas de muitos eleitores, que perceberam que o BE não ambiciona ser parte numa solução de esquerda para o País, mas apenas em ter mais deputados, mas não representa qualquer verdadeira alternativa de poder e de transformação social.
Nestas eleições só há uma forma da esquerda ganhar as eleições. Só o pode fazer votando no PS, porque só PS pode derrotar o PSD e o seu programa de desmantelamento do Estado Social, porque o PS continua a ser, como afirmou Manuel Alegre aquia melhor garantia da defesa da escola pública, do SNS, da protecção dos trabalhadores nas leis laborais, dos valores da tolerância.”, o único partido capaz de vencer a crise e manter aberto o caminho da construção de um País mais livre, mais solidário, mais justo, que assegure maior igualdade oportunidades a todos sem discriminações.

domingo, maio 01, 2011

DAS SOCIEDADES HUMANAS ÀS SOCIEDADES ARTIFICIAIS

Dia 3 de Maio de 2011, terça-feira, no CNC (Centro Nacional de Cultura), das 18.30 às 20,00h, na Rua António Maria Cardoso, n.º68, Lisboa (metro:Baixa-Chiado), apresentação do livro Das Sociedades Humanas às Sociedades Artificiais de Porfírio Silva, pelo Prof. Pedro Lima, ISR- Instituto de Sistemas e Robótica, Professor do Instituto Superior Técnico. Edição: Âncora Editora. Estará presente o Dr. Guilherme d’ Oliveira Martins, Presidente do CNC.
“Este livro é sobre a possibilidade de que as sociedades em que vivemos sofram determinadas transformações que tornem apropriado dizer que são sociedades artificiais”.
Porfírio Silva é licenciado e mestre em Filosofia. Doutorou-se em Epistemologia e Filosofia das Ciências, em 2007, com uma tese sobre as ciências do artificial como ciências do humano. Foi Investigador Visitante no Institut Supérieur de Philosophie, da Université Catholique de Louvain e na Faculdade de Filosofia da Universidade Complutense de Madrid. Actualmente é Investigador no Instituto de Sistemas e Robótica (pólo do Instituto Superior Técnico). Aí têm sido organizador de Ciclos de Conferências com o título genérico Das Sociedades Humanas às Sociedades Artificiais, actividade multidisciplinar que vai em 2011 para a terceira edição como pode ver aqui. Publicou anteriormente: A Filosofia da Ciência de Paul Feyrabend (1998, Piaget), e A Cibernética: Onde os Reinos se Fundem (2007, Quasi).
Porfírio Silva é o autor do Blogue Machina Specularix e sobre este evento pode ver mais no Facebook aqui.