Existem muitos motivos para dizer, obrigado, José Saramago.
Deu um contributo singular não só à cultura portuguesa, mas a todas as literaturas de Língua Portuguesa, tendo sido o seu primeiro Prémio Nobel da Literatura.
Escreveu livros e criou personagens inesquecíveis, que deram origem a óperas e a filmes, mas o romance que mais me fascinou foi o da sua própria vida, como soube construir a pulso a partir de uma infância, cheia de carências económicas, com uma enorme inteligência e determinação, a sua própria obra. José Saramago foi para mim uma criação ainda mais fascinante que a própria Blimunda do Memorial do Convento. Sugiro a leitura, a este propósito, do seu discurso de aceitação do Prémio Nobel aqui.
José Saramago foi um militante comunista, que aderiu e participou com convicção nas iniciativas de unidade da esquerda que contribuíram para o progresso de Lisboa e apoiou a candidatura de António Costa nas últimas eleições municipais. Tive o gosto de ter estado em acções de campanha em que participou no tempo de Jorge Sampaio e vi a forma empenhada com que o fazia.
Afirmava-se ateu, invectiva Deus na imagem que dele tinha, mas não hesitou em aceitar participar em duas iniciativas do CRC, para as quais o convidei, uma das quais na Capela do Rato, para discutir o seu livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo.
A Pastoral da Cultura da Igreja Católica foi justa ao saudar aqui o contributo de José Saramago para a cultura e a língua portuguesa para além de divergências e polémicas.
José Saramago batia-se pelas suas ideias, pelos direitos humanos e pela preservação da natureza, não tinha medo de dizer o que pensava, não apenas quando invectiva o cristianismo ou discutia a ideia de Deus, mas também quando criticava a ocupação israelita dos territórios palestinianos, Fidel de Castro, as condições dos trabalhadores na China, a Camorra ou Berlusconi.
José Saramago era, em meu entender, um homem livre, sensível à bondade no mundo, um homem bom.
Por tudo isto, obrigado José Saramago.
Deu um contributo singular não só à cultura portuguesa, mas a todas as literaturas de Língua Portuguesa, tendo sido o seu primeiro Prémio Nobel da Literatura.
Escreveu livros e criou personagens inesquecíveis, que deram origem a óperas e a filmes, mas o romance que mais me fascinou foi o da sua própria vida, como soube construir a pulso a partir de uma infância, cheia de carências económicas, com uma enorme inteligência e determinação, a sua própria obra. José Saramago foi para mim uma criação ainda mais fascinante que a própria Blimunda do Memorial do Convento. Sugiro a leitura, a este propósito, do seu discurso de aceitação do Prémio Nobel aqui.
José Saramago foi um militante comunista, que aderiu e participou com convicção nas iniciativas de unidade da esquerda que contribuíram para o progresso de Lisboa e apoiou a candidatura de António Costa nas últimas eleições municipais. Tive o gosto de ter estado em acções de campanha em que participou no tempo de Jorge Sampaio e vi a forma empenhada com que o fazia.
Afirmava-se ateu, invectiva Deus na imagem que dele tinha, mas não hesitou em aceitar participar em duas iniciativas do CRC, para as quais o convidei, uma das quais na Capela do Rato, para discutir o seu livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo.
A Pastoral da Cultura da Igreja Católica foi justa ao saudar aqui o contributo de José Saramago para a cultura e a língua portuguesa para além de divergências e polémicas.
José Saramago batia-se pelas suas ideias, pelos direitos humanos e pela preservação da natureza, não tinha medo de dizer o que pensava, não apenas quando invectiva o cristianismo ou discutia a ideia de Deus, mas também quando criticava a ocupação israelita dos territórios palestinianos, Fidel de Castro, as condições dos trabalhadores na China, a Camorra ou Berlusconi.
José Saramago era, em meu entender, um homem livre, sensível à bondade no mundo, um homem bom.
Por tudo isto, obrigado José Saramago.