domingo, maio 30, 2010

MANUEL ALEGRE - O APOIO DOS SOCIALISTAS

A candidatura de Manuel Alegre foi aprovada por esmagadora maioria pela Comissão Nacional do Partido Socialista, por proposta do secretário-geral, José Sócrates, apenas com uma abstenção e dez votos contra, como pode ler aqui. Verificaram-se assim serem manifestamente exageradas as notícias de que existiam muitas reticências no Partido Socialista a este apoio.
É uma decisão clara e inequívoca que não compromete o carácter independente da candidatura de Manuel Alegre, um socialista que não renuncia a essa condição. Não é um mero apoio formal. O PS quer que Manuel Alegre ganhe as eleições e vai bater-se por essa vitória, ao lado de todos os que apoiam esta candidatura.
É com satisfação que saudamos esta decisão da Comissão Nacional do PS, porque pelas razões que referimos aqui, aqui e aqui consideramos Manuel Alegre a melhor candidatura da esquerda e de todos os que querem um Presidente que saiba ler e interpretar as aspirações do País.
Reafirmamos o apoio desta blogue à candidatura de Manuel Alegre, que já tínhamos antecipado aqui.

segunda-feira, maio 24, 2010

MANUELA JARDIM- ESTÓRIAS ATRAVÉS DOS PANOS

A pintora e escultora luso-guineense Manuela Jardim, a que já nos referimos aqui ,tem expostas na Biblioteca Municipal da Amadora e no Pólo da Boba Estórias através do Panos desde 8 até 31 de Maio.
Manuela Jardim inspirando-se na panaria da Guiné-Bissau e Cabo Verde, que estabelece também subtis pontes com a cultura portuguesa, apresenta pinturas e esculturas
Esta escultura que se intitula No mercado das vaidades evoca o gosto das jovens de exibir os panos das suas vestes. As esculturas da exposição são todas em papel reciclado, sendo esta, que tem dois metros de altura, desmontável pela cintura.
Nas palavras do grande pintor moçambicano Malangatana Valente Ngwenya, “Manuela Jardim, aquela mulher tão sorridente e humilde tem uma carga injectada no seu íntimo. Quase que possuída por espíritos dos antepassados ela deve ser contadora de um passado africano.
Conta sobre coisas míticas vividas de uma curta vivência infantil na Guiné-Bissau, onde as entranhas das florestas embutiram na sua alma o teatro misterioso”.

As exposições servem de ponto de apoio a Manuela Jardim para promover actividades educativas e lúdicas com escolas e com os jovens do bairro da Boba, que despertem a sua criatividade, criando pontes para o conhecimento das colecções de panaria da Guiné-Bissau e Cabo Verde do Museu Nacional de Etnologia.

Manuela Jardim rodeada de duas das suas esculturas em papel reciclado.

sábado, maio 22, 2010

JESUS SEGUNDO PETER STILWELL

Peter Stilwell, Director da Faculdade de Teologia e Vice-Reitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP), impulsionador do diálogo inter-religioso e intercultural, em Portugal, em Macau, ou com os académicos islâmicos do Irão, é antes de mais nada um excelente ser humano, como posso testemunhar pessoalmente.
Peter Stilwell publicou um pequeno grande livro O Meu Primeiro Jesus, integrado numa colecção destinada ao público juvenil, da D. Quixote, que está destinado a ser, como sugeriu Isabel Stilwell, sua irmã, um livro na linha do Princepezinho, de Saint- Exupéry um livro, que se lê e relê, em diferentes idades e que nos continua a interrogar permanentemente.
Peter Stilwell é um teólogo para quem Jesus, desde o primeiro Jesus que conheceu com os seus pais, tem sido uma procura permanente. Melhor de que ninguém o poeta e amigo Ruy Cinatti, o disse e imortalizou no belíssimo poema Agradecimento recordado oportunamente na apresentação deste livro por Isabel Stilwell, em que refere, nomeadamente, «Foste o meu pequenino Peter a quem roubei o “Alifas”/[o elefante de trapo(…)/E tu recompensaste-me depois mil anos múltiplos…/ó Padre Peter Stilwell, tu emprestaste-me a tua tese de [licenciatura sobre o verdadeiro Deus visto por Bultmann/(…)/esse grande teólogo da Igreja Triunfante, católico protes[tante e das galáxias!.../Obrigado Peter, beijo-te a face, sou eu que te persigo…/[e em ti, um Alifas juvenil, Jesus Cristo de cognome”.
Este livro, muito bem escrito, é como referiu o poeta, padre e biblista José Tolentino de Mendonça, um livro de um teólogo, que escreveu um livro de cristologia narrativa para crianças. Situou-o no contexto cultural da teologia narrativa, defendida por Johann Baptist Metz. O livro efectivamente valoriza as histórias para nos permitir uma interrogação radical sobre quem é esse Jesus.
Peter Stilwell dá-nos um livro que representará para muitos jovens de todas as idades, uma aproximação muito interpelante sobre Jesus.
Temos de nos libertar do que julgamos saber, para com humildade, nos deixarmos interrogar sobre Jesus e sobre um conjunto de pessoas a que o conheceram muito bem, desde o jovem que fugiu nú do Jardim das Oliveiras, a Simão, o leproso, ao jovem rico, a Maria. Peter Stilwell deixa hipóteses de interpretação para serem livremente confrontadas com textos do Novo Testamento, especialmente de Marcos, para permitir ao leitor um juízo crítico e pessoal.
O livro, como os textos dos Evangelho, é construído a partir do memorial da Morte e Ressurreição de Jesus, mas liga-os de forma original com as palavras proferidas pelo velho Simeão, quando Jesus criança foi apresentado pelos seus pais no Templo, chegado o tempo da cerimónia da purificação, quando disse a Maria sua mãe “(…) Uma grande dor, como golpe de espada trespassará a tua alma” (Lc, 2, 6-40). Como nos Evangelhos a infância de Jesus só ganha significado à luz da sua morte e ressurreição.
Peter Stilwell fala-nos do túmulo vazio e da sua ressurreição, que não foi um regresso à vida como a conhecemos, seguindo de muito perto Marcos e João, deixando-nos confrontados com as nossas perguntas e recordando na introdução a propósito, as palavras de Bento XVI, segundo as quais a ressurreição é «algo mais (…) para usar a linguagem da teoria da evolução - a maior “mutação”, em absoluto, o salto mais decisivo para uma dimensão totalmente nova, como nunca se tinha verificado na longa história da vida e dos seus avanços: um salto para uma ordem completamente nova, que tem a ver connosco e diz respeito a toda a história”.
Através das histórias que Peter Stilwell nos conta a partir da Bíblia, começamos a ver surgir um ponto no horizonte, como num deserto, e que só à medida que nos vamos conseguindo aproximar, ganhará progressivamente contornos e depois um rosto, um primeiro rosto de Jesus, para usar uma imagem que utilizou na apresentação do livro.
As ilustrações de José Miguel Ribeiro são sóbrias e conjugam-se bem com o texto.
Só posso desejar que muitos leitores se sintam com vontade de permitir que o ponto vago no horizonte, se torne num rosto próximo que ajude a descobrir quem são.

domingo, maio 16, 2010

ECONOMIA SOLIDÁRIA

Vivemos um período de crise, que não é apenas financeira, nem se reduz ao défice público, mas que é uma crise estrutural do modelo de desenvolvimento, que tem sido seguido. Não é uma surpresa para quem levou a sério a caracterização da actual crise do capitalismo feita por Immanuel Wallerstein que referimos, nomeadamente, aqui.
Naturalmente que no caso português acrescem outras debilidades estruturais, mas não temos por adquirido que a nível da União Europeia se saiba para onde se pretende ir.
Temos de tentar perceber o que está a mudar e encontrar novas respostas. São necessárias novas ideias e projectos se quisermos continuar a lutar com alguma eficácia pela concretização dos valores do socialismo democrático.
Neste momento de construção de novas respostas, há que estar atento a tudo aquilo que podem representar novas abordagens teóricas e práticas inovadoras.
É o caso da Revista de Economia Solidária, de que foi publicado em Dezembro passado o primeiro número, dedicado precisamente à apresentação deste conceito.
No dizer de Rogério Roque Amaro, «Preliminarmente pode-se definir a Economia Solidária como as actividades económicas que se referenciam pelo procura nuclear de práticas de solidariedade (em vários sentidos, como se verá, o que implica uma perspectiva sistémica, e não meramente social), ou seja em que a lógica da cooperação se sobrepõe à da competição e à procura do lucro
O seu objectivo é promover a economia solidária, privilegiando como espaço de intervenção a Macaronésia, constituída pelos arquipélagos das Canárias, Madeira, Açores e Cabo Verde.
A revista é dirigida por Rogério Roque Amaro, O conselho editorial é constituído por: Cláudio Alves Furtado, Universidade de Cabo Verde; Gualter Manuel Medeiros Couto, Universidade dos Açores; Jean-Louis Laville, Laboratoire Interdisciplinaire pour la Sociologie Economique; Jordi Estivill Pascual, Universidade de Barcelona; José Fialho Feliciano, José Manuel Henriques e Rogério Roque Amaro, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa; Leão Lopes, Atelier Mar - Cabo Verde; Paul Israel Singer; Universidade de São Paulo; Pedro Espanha, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; Victor Pestoff, Mid Sweden University.
Publica textos em quatro línguas: português nas suas variantes, inglês, francês e castelhano.
Pretende ser «uma Revista de pontes e articulações (…) uma expressão e um encontro de investigadores e Actores, uma experiência publicada de Investigação - Acção e por vezes de Investigacção».
A revista é editada pela Associação Centro de Estudos de Economia Solidária do Atlântico, sedeada em Ponta Delgada, Açores, http://www.ceesa-mac.org/
O debate sobre o conceito, as práticas, as potencialidades e os limites da economia solidária, é um contributo para pensar alternativas ao modelo de desenvolvimento actualmente em crise.

quarta-feira, maio 12, 2010

BENTO XVI - ENCONTRO COM O MUNDO DA CULTURA

O Papa Bento XVI encontrou-se hoje com o mundo da cultura no Centro Cultural de Belém, tendo afirmado, noeadamente:
«A Igreja – escrevia o Papa Paulo VI – deve entrar em diálogo com o mundo em que vive. A Igreja faz-se palavra, a Igreja torna-se mensagem, a Igreja faz-se diálogo» (Enc. Ecclesiam suam, 67). De facto, o diálogo sem ambiguidades e respeitoso das partes nele envolvidas é hoje uma prioridade no mundo, à qual a Igreja não se subtrai. Disso mesmo dá testemunho a presença da Santa Sé em diversos organismos internacionais, nomeadamente no Centro Norte-Sul do Conselho da Europa instituído há 20 anos aqui em Lisboa, tendo como pedra angular o diálogo intercultural a fim de promover a cooperação entre a Europa, o Sul do Mediterrâneo e a África e construir uma cidadania mundial fundada sobre os direitos humanos e as responsabilidades dos cidadãos, independentemente da própria origem étnica e adesão política, e respeitadora das crenças religiosas. Constatada a diversidade cultural, é preciso fazer com que as pessoas não só aceitem a existência da cultura do outro, mas aspirem também a receber um enriquecimento da mesma e a dar-lhe aquilo que se possui de bem, de verdade e de beleza.
Esta é uma hora que reclama o melhor das nossas forças, audácia profética, capacidade renovada de «novos mundos ao mundo ir mostrando», como diria o vosso Poeta nacional (Luís de Camões, Os Lusíades, II, 45)».

Podem ler na íntegra a intervenção de Bento XVI aqui, bem com a do bispo D.Manuel Clemente aqui, e do cineasta Manuel de Oliveira aqui.

sábado, maio 08, 2010

MANUEL ALEGRE - MUDAR A POLÍTICA E CONSTRUIR UMA NOVA ESPERANÇA

A candidatura de Manuel Alegre é a única oportunidade de vencer Cavaco Silva e impedir que se venha a aglutinar uma nova maioria de direita, tendo por base as eleições presidenciais.
Se esta razão seria só por si suficiente para não hesitar em apoiar Manuel Alegre, não tem em conta que eleger Manuel Alegre é muito mais do que isso, é uma oportunidade de mudar a política e construir uma nova esperança.
Como Manuel Alegre referiu na apresentação da sua candidatura, que pode ler na íntegra aqui: «Esta campanha será o que quiserem os homens e as mulheres, cidadãos do meu país que nada desejam para si, mas que pelo seu trabalho voluntário sabem que podem contribuir para mudar a política e construir uma nova esperança. A participação cívica é condição da renovação e revitalização da democracia. A todos, homens e mulheres que são a força e a alma de Portugal, a todos, sobretudo aos jovens, humildemente me dirijo, para que cada um, na medida das suas possibilidades, faça desta campanha uma campanha diferente que seja já, em si mesma, um sinal de mudança e de renovação»
Quem o afirma tem estado na primeira linha não apenas da renovação do socialismo democrático, mas também da acção política. Sem renegar a tradição do pensamento socialista, bem expresso pela referência simbólica a Antero de Quental, a sua intervenção tem sido marcada pela abertura permanente ao novo e à necessidade de mudar a política, recorrendo ao debate aberto, às novas tecnologias, editando uma revista socialista on-line, que pode recordar aqui, antecipando novas formas de fazer política, que nos recorda a criatividade e a imaginação social da esquerda democrática americana, de que Barack Obama é a expressão presente.
Define com lucidez os desafios com que estamos confrontados: «Hora de responsabilidade, de verdade e de solidariedade. Hora, também, para, no quadro das dificuldades existentes, tudo fazer para preservar o Estado Social. O país tem de ser mobilizado. Mas só o será se compreender o sentido das medidas e dos sacrifícios que lhe são pedidos. E por isso, além de rigor e austeridade, é necessária uma grande exigência ética. Contra os predadores do mercado, a única resposta tem de ser a mobilização geral para uma estratégia de crescimento económico. Sem abdicar do papel do Estado, quer no investimento público susceptível de estimular a economia e o emprego, quer no combate às desigualdades salariais e na adopção de políticas de uma mais justa redistribuição de rendimentos».
Manuel Alegre não esconde a sua condição de socialista, mas a sua candidatura é supra-partidária, mas não neutra. Dirige-se a «todos os democratas, de todos os quadrantes, que desejam um Presidente que seja uma alternativa, não de governo, mas de atitude, de pensamento, de uma outra visão de Portugal e do mundo».
Uma candidatura que pretende mudar a política e construir uma nova esperança, aposta nos cidadãos: «Os portugueses saberão corresponder. Com uma condição: não pode haver sacrifícios para quase todos e benefícios apenas para alguns. Mais do que nunca seria necessário promover um plano concertado entre Governo, partidos políticos e parceiros sociais. Sem apagar as diferenças e as divergências, há que realizar esforços no sentido de se tentar a máxima convergência para defender o interesse nacional, de modo a que se possa enfrentar a crise sem pôr em causa os direitos sociais dos cidadãos, sobretudo dos mais fracos e desprotegidos ».
Os jovens tem todas as razões para ver em Manuel Alegre, um companheiro de luta, e o sucesso da campanha e do País vão depender muito do seu contributo.
Como afirmou Manuel Alegre: «Por tudo isso dirijo daqui um apelo para que as novas gerações façam ouvir a sua voz, para que se reencontrem com as suas causas, para que mostrem o que pretendem construir e não privem o país do seu contributo decisivo. Por vezes parece que nos comprazemos em nos subestimarmos como povo, como se estivéssemos condenados à decadência. Portugal é um dos mais velhos países da Europa. Mas pode voltar a ser um país novo e de vanguarda, se as novas gerações forem capazes de partir para novos sonhos e novas descobertas».
Não é possível adiar a esperança, não podemos adiar o apoio a Manuel Alegre.

domingo, maio 02, 2010




Conferências de Maio 2010 do Centro de Reflexão Cristã (CRC)

RENOVAR A IGREJA, ANIMAR A SOCIEDADE

1 – A Ousadia da Esperança

Dia 4 de Maio, 3ª feira, 18h30m
Eugénio Fonseca
João Wengorovius Menezes
Lourenço de Almeida


2 – Conversão Contemporânea e Criação Cultural
Dia 18 de Maio, 3ª feira, 18h30m
Fr. Bento Domingues
Emília Nadal
Jacinto Lucas Pires
Pandora da Cunha Telles

3 – A Coragem de Agir
Dia 25 de Maio, 3ª feira, 18h30m
Francisco Sarsfield Cabral
José Leitão
P. Peter Stilwell


4 – A Demanda no Mundo da Incerteza
Dia 31 de Maio, 2ª feira, 18h30m
Eduardo Lourenço
P. José Tolentino de Mendonça
Maria de Sousa

Local: Centro de Estudos da Ordem do Carmo
Rua de Santa Isabel, 128-130. Lisboa
[Metro: Rato]
ENTRADA LIVRE


Para uma informação sobre os conferencistas consultar aqui o blogue do CRC, de onde retirei a imagem.